quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O método da caneta verde


"Vou começar do começo. Minha filha quase nunca foi à escola de estímulo precoce — pré alfabetização. Eu mesma cuidava disso. Quando estávamos treinando a sua letra antes de começar na escola regular, este era o nosso caderno:



Consegue ver a diferença? Eu não marcava com caneta vermelha os erros, mas destacava com verde as letras e bolinhas que tinham ficado bonitas. Ela gostava muito disso. Depois de acabar uma linha ela sempre me perguntava: mãe, qual é a mais bonita? E ficava ainda mais feliz quando eu circundava a letra mais bonita com as palavras ’muito bem’".
Qual é a dferença entre as duas técnicas? Conseguiu entender?
  1. No primeiro caso focamos nos erros. O que ficou registrado na mente? Exatamente, as letras que ficaram feias, ou seja, o que é incorreto. Alguma vez você viu letras ou respostas corretas marcadas com caneta vermelha? Não! Ainda assim, e sem querer, nosso subconsciente lembra o que foi ressaltado.
  2. No segundo caso nos concentramos no que está bem feito. Experimentamos emoções completamente diferentes e, mais importante, uma atitude diferente. Quer queira quer não, nosso subconsciente tende a repetir o que foi bem feito (e foi destacado). Trata-se de uma motivação interna completamente diferente: não tentamos mais evitar os erros, mas nos esforçamos para fazer as coisas bem feitas. Parece a mesma coisa, mas existe uma mudança na estrutura do pensamento.
A próxima pergunta é: como os erros destacados influenciam a futura vida adulta?
A resposta é clara: desde pequenos nos acostumamos a nos concentrar nos defeitos, no que não está correto, no que parece errado. Nos ensinam a pensar assim desde a época de escola — justamente com a caneta vermelha. Também nos ensinam a pensar assim dentro de casa, onde, com maior frequência, nos mostram mais o que estava errado, ao invés de nos parabenizarem pelos nossos acertos.
Veja novamente a última linha da imagem acima. Das 18 bolinhas, a tendência é marcamos apenas uma. Ou seja, 19 estavam corretas e apenas uma não estava.
Por que nos concentramos nela?
Esse hábito — o de destacar com uma caneta vermelha o que não está correto — ao qual nos acostumamos desde a infância continua até a vida adulta, e é quase impossível nos livrarmos dele. Essa é uma das razões da nossa sensação de insatisfação na vida.
Esse processo tende a aumentar em tudo que fazemos. Desde a infância moldamos a vida de nossos filhos com o mesmo molde que usaram conosco, e isso nem sempre é positivo.
Se você colocar em prática o método da ’caneta verde’, vai ver que inclusive se não mostrar ao seu filho os seus erros, eles irão desaparecer pouco a pouco. Ele vai tentar fazer as coisas bem feitas por vontade própria.
Fonte: http://incrivel.club/inspiracao-criancas/o-metodo-da-caneta-verde-1505/#image826205

sexta-feira, 6 de março de 2015

Conheça a Síndrome de Irlen




Foi a Dra. Helen Irlen, uma psicóloga americana, a responsável pela descoberta e pelos estudos internacionais sobre uma síndrome é muito pouco difundida no Brasil, apesar de já ser investigada há mais de 25 anos na América do Norte e de haver centros de diagnóstico e tratamento em 42 países. Trata-se da Síndrome de Irlen, que recebeu este nome da doutora Helen.

As pesquisas indicam que cerca de 46% das pessoas com dificuldades escolares têm Síndrome de Irlen, condição que afeta pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média e está relacionada à desorganização, no cérebro, das informações recebidas pelo sistema visual. Sua causa é a sensibilidade a certas ondas de luz, o que provoca, por exemplo, distorções no material de leitura e escrita, resultando em menor qualidade no desempenho escolar e de vida.

A SI, como é comumente chamada, gera dificuldades nas atividades diárias e escolares, pois produz desfocamento, distorções do material gráfico, inversões de letras, trocas de palavras, perda de linhas no texto, desconforto nos olhos, cansaço, distração, sonolência, dores de cabeça, enxaqueca, hiperatividade, irritabilidade, enjôo e fotofobia, tudo isso após um intervalo relativamente curto de esforço despendido no processamento das informações visuais.
Qualquer pessoa, ainda que com a acuidade visual dentro dos padrões de normalidade (ou seja, enxergando bem) tem chances de ser portador da síndrome, já que se trata de uma disfunção da percepção e não uma patologia ligada diretamente aos olhos. Ela está relacionada a déficits na codificação e decodificação das informações visuais pelo sistema nervoso central. É necessário um diagnóstico diferencial por profissionais especializados, uma vez que não pode ser detectada através de exames oftalmológicos de rotina, nem por testes padronizados para verificação de dificuldades de aprendizagem.
Além das intervenções psicopedagógicas e médicas mais comuns, a utilização do Método Irlen – avaliação do problema e indicação de sobreposições coloridas (transparências de acetato) sobre os textos ou filtros seletivos (lentes coloridas) – ajuda indivíduos com problemas comportamentais, emocionais e com dificuldades escolares, pois melhora a fluência da leitura e a atenção sustentada, resolvendo casos de leitura mais lenta e segmentada, com comprometimento de memorização, compreensão e aprendizagem.
Hoje o método Irlen de tratamento vem sendo utilizado em quarenta e dois países e em mais de quatro mil instituições de ensino. Nos Estados Unidos uma resolução adotada em Julho de 2009, durante a Assembléia Geral de NEA – National Education Association, que agrega aproximadamente 3 milhões de trabalhadores na área da educação -, foi aprovada a proposta de que todos os seus membros sejam informados sobra a Síndrome de Irlen e seu tratamento.
No Brasil, a Síndrome de Irlen é conhecida há apenas quatro anos através de cursos oferecidos pela Fundação do Hospital de Olhos de Minas Gerais, instituição privada de direito privado, em módulos teórico-práticos sobre a metodologia de diagnóstico e tratamento, onde uma equipe multidisciplinar e avaliadores preparados nos cursos de Capacitação em Síndrome de Irlen forma profissionais para identificar portadores dessa síndrome, apresentando-lhes as características da condição, suas consequências e orientando a sua recuperação.
http://www.saudevisual.com.br/noticias/93-sindrome-de-irlen

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Adaptação dos pais com a entrada dos filhos na escola


Se você pensa que só as crianças precisam de adaptação ao ingressarem na escola, esqueça. Você também precisa de um tempo para aprender a lidar com essa nova rotina do seu filho. Confira
Não deixe a tristeza pegar você de surpresa





Talvez você sinta a dor da separação mais do que seu filho e isso vai causar tristeza. Por isso, esteja preparado para lidar com esse sentimento ou, pelo menos, aceitá-lo.



Por mais que você se prepare, talvez não esteja pronto quando chegar o momento. Mas vale tentar: antes do começo das aulas, deixe seu filho brincar com outras pessoas ou, se possível, leve-o para a casa da avó ou da tia e vá fazer algo de que goste. Assim, vocês dois vão treinando ficar longe um do outro.
Segurança na chegada


Despedir-se do filho na entrada da escola é um dos momentos mais difíceis na vida de uma mãe ou um pai. Se o filho vai para o berçário com poucos meses, a aflição é por deixar alguém tão pequeno e indefeso nos braços de um “estranho”. Se a criança já é um pouco maior, pode ser difícil por estar mais acostumada a ficar em casa ou porque parte o coração dos pais ouvir: “Não quero ir pra escola, quero ficar com você”. Sabemos que é uma missão difícil, mas, nessa hora, estufe o peito, não deixe que ela perceba a sua angústia e estimule que se sinta confiante e independente.


Caso o seu filho ainda não ande, passe-o para o colo da professora com um beijo, mas sem muita enrolação, pois o bebê também sente a sua insegurança. Se ele já for maior, incentive-o a entrar na escola caminhando e levando a própria mochila. Agora, se é você que não consegue se controlar na hora do adeus, considere pedir para que outra pessoa leve seu filho para a escola durante alguns dias. Com o tempo, você estará mais tranquilo e poderá assumir a função outra vez.
Procure distrações


Será que ele está bem? Está comendo direito? A professora vai ajudá-lo quando ele precisar? Passar o dia pensando nessas questões só vai deixá-lo com rugas de preocupação. Por isso, procure manter a cabeça ocupada no período em que ficará sozinho. Que tal aproveitar para marcar um almoço com aquele amigo que você não vê faz tempo? Se estiver difícil de lidar com a angústia, procure conversar com outros pais que já passaram por isso. Eles podem transmitir conforto.
Faça parte da turma

Não é somente o seu filho que precisará passar por adaptação. Você também terá uma fase de integração com os novos pais e professores – e é importante estabelecer esse vínculo logo no início. Participe das atividades propostas pelo colégio, procure ir aos eventos sociais, como aniversários dos colegas, organize com outros pais piqueniques ou passeios, como uma ida ao teatro. Lidar com as diferenças e ressaltar a importância do convívio social são boas maneiras de dar o exemplo. E estabelecer esse contato é uma forma de incentivá-lo ainda mais a se abrir para novas amizades.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Escola/noticia/2015/01/adaptacao-dos-pais-com-entrada-dos-filhos-na-escola.html

Autoestima do disléxico


Autoestima do disléxico necessita ser trabalhada. Autoestima do disléxico precisa de ser construída passo a passo, isto porque todos os dias na escola, o disléxico enfrenta o fracasso, desde a escrita até à matemática. Assim, o disléxico constata que não consegue fazer o que os outros fazem e considera-se burro, estúpido.







Dislexia não é visível, mas é real
E como a dislexia não é como partir um braço – visível – o próprio sistema escolar promove este tipo de pensamento:
“- Oh, tem o braço partido, claro que não consegue escrever, isso não tem nada a ver com inteligência!”
Mas ninguém diz:
“- Oh, claro que não consegue ler, o cérebro funciona de forma diferente, mas não há nada de errado com a sua inteligência!”
Como trabalhar a autoestima do disléxico
Torna-se, assim, importante trabalhar a autoestima e auto confiança de cada criança ou jovem disléxico. Só palavras não são suficientes para motivar o disléxico, ele precisa de perceber na prática que é capaz e inteligente como os demais.
Sugestão:
Pegue numa folha e divida-a em duas colunas. De forma objetiva e verdadeira escreva numa coluna Coisas em que eu sou bom e noutra coluna Coisas em que eu sou menos bom.
Provavelmente terá duas colunas assim:
Coisas em que eu sou bom
·         Nadar
·         Basquetebol
·         Desenhar
·         Tomar conta do meus ratos
·         Pintar
·         Fazer rir
·         Ajudar os outros
·         Decorar

Coisas em que sou menos bom
·         Soletrar
·         Ler
·         Escrever
·         Calcular
Constatem juntos que afinal a lista de defeitos é menor e portanto o disléxico tem razões para se sentir bem e apreciar a sua personalidade.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Como Ensinar Fatos Matemáticos a uma Criança Autista


Indivíduos com autismo diferem com relação a suas forças e fraquezas. Não há dois indivíduos autistas iguais e, por isso, o problema não pode ser generalizado. No entanto, indivíduos autistas tendem a se dar bem com números. Eles são geralmente hábeis a recitar e ordenar números, talvez por causa da estrutura existente na ordem numérica. Dito isso, crianças com autismo aprendem de modo diferente, e é nesse quesito que os pais ou professores são desafiados. 

Aceitando os Desafios do Ensino a uma Criança Autista

Esteja preparado para considerar a comunicação um desafio. 

Pode ser difícil comunicar-se com uma criança autista, em especial em casos mais severos. Se uma criança apresentar autismo leve, pode ser que não consiga expressar o que entende ou não. Ela pode não conseguir dizer o que não compreende, ou pode sequer estar seguindo à sua explicação. Se ela não compreender, é mais provável que não fará as perguntas apropriadas.
  • É a sua função reconhecer esse problema e não se ressentir para com a criança. Faça o melhor para tentar adivinhar quais seriam os questionamentos da criança, caso ela os pudesse expressar.
Saiba que o autismo pode criar problemas com as habilidades linguísticas. 
A linguagem é usada para comunicar as ideias por trás da matemática. As habilidades linguísticas tendem a ser afetadas no autismo, tornando os conceitos matemáticos difíceis. Se a linguagem estiver problemática, esse pode se apresentar um grande desafio.
  • Muitos conceitos podem ser exibidos através de exemplos visuais, mas geralmente estarão emparelhados com instruções verbais, e é aqui que habita a dificuldade. Tente usar dicas visuais tão frequentemente quanto possível ao ensinar a sua criança.
Entenda que a criança autista pode demonstrar falta de interesse naquilo que você está tentando ensinar. 
Crianças autistas têm um campo de interesse bastante seleto. Aprender matemática pode não ser interessante a ela, gerando assim uma notável falta de concentração. Para fazê-la prestar atenção e aprender, você deverá tornar o tema especialmente interativo e divertido.

Esteja preparado para confrontar habilidades motoras reduzidas. A matemática é frequentemente associada a lápis e papel. Habilidades motoras finas são geralmente afetadas nesses casos, e isso pode criar um grande desafio em termos matemáticos.[1] Aprender a escrever os números, e ainda manipulá-los, pode ser algo exasperante.
  • A tecnologia pode ser usada para superar essa situação até certo ponto — você pode perceber que é mais fácil à criança pressionar botões e telas sensíveis ao toque do que agarrar fisicamente a uma caneta.

Superando os Desafios

Incorpore o interesse da criança ao seu ensino. 
É excelente incorporar seus interesses em problemas matemáticos. Por exemplo, a sua filha pode adorar cavalos. Mostre a ela soluções usando seus cavalos de brinquedo.
  • Se possível, tente encontrar um livro de exercícios contendo cavalos. Isso pode despertar interesse com relação ao trabalho que precisa ser completado.
Elogie tão frequentemente quanto possível. 
Embora possam parecer distraídas de vez em quando, crianças autistas são ávidos aprendizes. Dê a eles constante encorajamento — isso é essencial durante o aprendizado, para mantê-las motivadas.
  • Fazê-lo também as deixará felizes e as fará associar o tempo de aprendizado com positividade. Ao invés de detestá-lo, elas poderão reconhecê-lo como o momento em que recebem atenção positiva.
Tente evitar perguntas de 'sim' ou 'não', optando por questões de múltipla escolha. 
Em termos de linguagem, se a sua criança tem pobres habilidades linguísticas, não prefira perguntas que requeiram um 'sim' ou um 'não'. A confusão associada à barreira linguística pode interferir com o aprendizado de conceitos matemáticos. Usar questões de múltipla escolha torna essa barreira um pouco mais fácil de lidar.


Faça com que a criança replique as suas ações. Esse método é altamente eficaz. Por exemplo, você pega quatro blocos, e então ela coleta quatro blocos. Mostre a ela como você sobrou com três livros, depois que um tenha sido retirado.
  • Em essência, você está ensinando a criança a se espelhar em você. Ela lentamente verá as conclusões de suas ações e será capaz de retirar conclusões por conta própria, quando você não estiver por perto.
Mantenha os níveis de habilidade da criança em mente, ao criar os planos de lições. Tenha consciência de seus níveis em particular, partindo deles. A sua criança pode não estar à altura de sua série, então concentre-se em suas habilidades. Certas áreas da matemática podem parecer mais fácil a ela do que outras. Isso significa que você pode ter que abordar certos tópicos em um nível diferente de habilidade do que o próximo.

Dê uma instrução por vez, ao invés de empilhá-las e despejá-las sobre a criança. Não dê múltiplas instruções simultaneamente. Crianças autistas lutam para lembrar-se de sequências. Se a criança for capaz de ler, escreva cada instrução. Se ela luta para responder ao primeiro conjunto de instruções, não a confunda tentando fazer um segundo.
  • Pense nela como o aprendiz de uma língua estrangeira. Ela precisa de um pouco mais de tempo para processar o que você disse, então mantenha as instruções curtas e claras. Quanto mais fácil for a ela se lembrar, melhor.
Experimente com cores para ajudar a criança a aprender mais facilmente. Se ela tiver dificuldades de processamento visual, saiba que muitas crianças consideram a fonte preta mais fácil de processar quando impressa em papel colorido (reduzindo seu contraste).
  • Um papel azul-claro ou bronzeado é um bom início. Elas são cores neutras de fácil processamento aos olhos.
Use jogos para ajudar a criança a entender conceitos matemáticos. Jogos sempre têm sido uma forma leve de aprender matemática, já que muitos jogos construtivos foram construídos centrando-se no aprimoramento matemático de uma criança. O nível de dificuldade também variará com base na idade da criança.
  • Jogos ajudarão ao ser bastante coloridos, capturando a atenção de uma criança. Isso é algo de que as crianças de hoje em dia são grandes fãs, não apresentando qualquer resistência ao vê-los. É como ensiná-las sem dizer a elas que estão aprendendo.
  • Por exemplo, jogos famosos como o Candy Crush Saga têm trabalhado no melhoramento da lógica segmentada — e, se formos um pouco mais adiante no nível de dificuldade, teremos 2048, um jogo que envolve todos os fatos e as habilidades incluídos na matemática.

Criando um Ambiente Adequado à Aprendizagem

Ensine à criança em um ambiente no qual ela se sinta familiar. 
Tente ensiná-la em um lugar natural, onde as coisas são mais familiares ou menos complicadas. Primeiramente, isso manterá sua mente longe do fato de que ela está aqui para aprender matemática (muito provavelmente, uma matéria na qual ela não é tão boa) e, ainda, ao aprender com a ajuda de um ambiente natural, a matéria ficará em sua mente, já que a criança associará os fatos com itens bastante comuns ao seu redor.
  • Por exemplo, ao ensinar adição e subtração, você pode levar a sua criança à escadaria, dar um número a cada degrau, com um 0 no meio, subindo até o +5 e descendo até o -5. Ela deverá se manter no degrau 0 e, a seguir, você pedirá a ela que adicione 2, saltando dois degraus para cima, então tendo que subtrair 3, saltando três passos para baixo.
Ensine a criança a sós. 
Crianças autistas aprendem melhor estando em um ambiente um-a-um. Isso as ajuda a construir autoestima e confiança. Você poderá se concentrar especificamente em suas necessidades e haverá também menos distrações se ela for a única pessoa no ambiente, com você.
  • Será também mais fácil para você. Concentrar-se em uma criança é suficientemente difícil — concentrar-se em mais dividiria a sua atenção.
Mantenha o ambiente de aprendizagem livre de entulhos. 
Mantenha o espaço de trabalho limpo de distrações. As distrações visuais são bastante comuns, podendo interferir com o processo de aprendizagem. Não mantenha uma grande variedade de itens na mesa. Algo tão simples como uma caneta pode resultar em perda de concentração.
  • Mantenha todo o trabalho da criança organizado e também no mesmo lugar. Mantenha todos os recursos em um local seguro. Desse modo, a criança pode voltar e revisar suas lições em detalhes. Dê todos os conceitos claramente, isolando exemplos específicos. Assim, cada conceito é mantido separadamente de outros.
Assegure-se de que o ambiente de aprendizagem esteja bem suprido com objetos que ajudarão no ensino da matemática. A matemática sempre foi uma matéria melhor aprendida se ensinada com o auxílio de várias atividades. Quer com uma criança autista ou não, atividades sempre são de grande ajuda.
  • Uma das mais comuns ferramentas usadas por quase todas as crianças ao aprender adição e subtração é o ábaco. Ao usar objetos materiais, a criança sempre terá aquela imagem em mente ao realizar cálculos e, se ela tiver dificuldades em somar itens na mente, pode simplesmente ir para o ábaco, mentalmente, mover as contas aqui e ali e concluir uma resposta em sua folha.
  • Por exemplo, uma pizza com 8 pedaços pode ser usada para o ensino básico das frações. Uma pizza completa equivale a 8/8, mas, se 2 fatias forem retiradas, essa fração se transformará em 6/8, significando que 2 fatias despareceram. Depois da aula, naturalmente, ela poderá comer a pizza. A criança sempre se lembrará da pizza ao realizar frações, colocando e tirando fatias imaginárias em sua mente, a cada vez que precisar resolver um problema.
Dicas
  • Seja direto em suas instruções, já que crianças autistas podem ter dificuldade em compreender humor ou sarcasmo.
  • Atenha-se aos elogios, ao invés de alongar as lembranças do que ela fez de errado.
  • Tente evitar que a criança sofra bullying por outras.
  • Esforce-se para que haja alguém com a criança em todo o tempo.
Fonte: http://pt.wikihow.com/Ensinar-Fatos-Matem%C3%A1ticos-a-uma-Crian%C3%A7a-Autista

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

7 princípios para criar ou atender uma pessoa com autismo


10 coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse



1) Antes de tudo eu sou uma criança. Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu caráter.
Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope.
Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se autodefine. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente.
Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?

2) A minha percepção sensorial é desordenada. Interação sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo.
Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser doloridas para mim.
O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender.
Vou explicar o porquê: uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível.
Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes.
O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível.
O peixe que está à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja. O chão pode ter sido limpo com amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual.
Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho.
O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando.
Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.
 
3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer) Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim.
Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João".
Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.

4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER). O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstrações. Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras.
É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso é algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indiretas, sarcasmo eu não compreendo.

5) Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado. Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto.
Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado).
Por outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem.
Por que eu sei exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.

6) Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim. Por favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a aprender.
Um esquema visual me ajuda durante o dia a dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas.
Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.

7) Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não posso fazer. Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de CONSERTO.
Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.

8) Por favor, me ajude com interações sociais, pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído.
Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo/meio/fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente.
Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: Você esta bem?

9) Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle. Perda de controle, "chilique", birra, malcriação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo.
Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma sequência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação.
Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.

10) Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição. Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso.
Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida adulta digna será pequena. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa.
Eu prometo: EU VALHO A PENA. E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência. Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma desabilidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu.
Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho no olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol.
Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh. Eles também tinham autismo, uma possível resposta para Alzaheim o enigma da vida extraterrestre
O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base. Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protetor seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!!!

Fonte: http://www.autimismo.com.br/